quarta-feira, 30 de maio de 2012

Aumento do nível do mar está relacionado ao consumo de água

O consumo de água também é responsável pelo aumento do nível do mar, afirmam climatologistas. O estudo é da Universidade de Tóquio e foi publicado na revista científica britânica Nature Geoscience, no último domingo (20).
De acordo com o estudo, chefiado por Yadu Pokhrei, o nível dos mares aumentou 18 milímetros ao ano no período compreendido entre 1961 e 2003. As medições foram realizadas ao longo da costa por marégrafos, instrumentos que registram o fluxo e refluxo das marés.
As constantes pesquisas dos japoneses concluíram que esta alta está ligada à água extraída de lençóis freáticos e de lagos, utilizada para consumo humano. Inicialmente, o recuo do nível do mar era quase imperceptível. Entretanto, o fato de muita água ser retirada e quase nunca reposta, ela chegou ao limite do esgotamento.
"No total, o uso irracional da água subterrânea, sua captação nos reservatórios artificiais, o impacto das mudanças climáticas nas reservas terrestres de água e as perdas d'água em bacias fechadas contribuíram para uma elevação do nível do mar de 0,77 mm ao ano, em média, entre 1961 e 2003, respondendo a cerca de 42% da alta observada", avaliou o estudo.
No relatório divulgado em 2007, já constatava que as emissões de gases estufa provenientes de atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento global, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) também calculou que o nível dos oceanos aumentaria de 18 a 59 centímetros até o fim do século XXI. Porém, este cálculo ainda não deve representar o problema completo, pois não levou em consideração o potencial do derretimento do gelo, o que pode ameaçar algumas cidades costeiras e deltas, caso a tendência atual de aquecimento se mantenha.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Seca histórica


Seca histórica gera guerra por água no Sertão do Nordeste


Seca histórica gera guerra por água no Sertão do Nordeste
Floresta (PE), Teresina e Salvador - Considerada a pior dos últimos 50 anos em alguns estados do Nordeste, a seca está provocando um confronto que só se imaginaria no futuro: a guerra pela água. Em Pernambuco, essa luta já começou com tiros, morte e exploração da miséria. Protestos desesperados são registrados não só lá, mas em várias regiões do semiárido, onde a estiagem já se alastra por 1.100 municípios. A população pede providências imediatas dos governos para amenizar os efeitos devastadores. A situação só não é pior já que as famílias contam com os programas sociais, como o Bolsa Família. Como observam agricultores, a preocupação no momento é maior com os animais, que estão morrendo de sede e fome, do que com as pessoas.

Na beira das estradas que conduzem ao sertão, o verde não mais existe. Ao longo das BRs 232 e 110, em Pernambuco, carroças puxadas a jumentos magros tomam conta das margens em busca de água. Nos 100 quilômetros de extensão da PE 360, que liga os municípios sertanejos de Ibimirim e Floresta, há 28 pontilhões sob os quais os córregos corriam fortes. Hoje, estão todos secos. Até mesmo o leito do Riacho do Navio — que ganhou fama na voz do cantor Luiz Gonzaga — esturricou. Na última quinta-feira, bois magros tentavam em vão matar a sede e tudo que encontravam era uma poça de lama escura naquele conhecido afluente do rio Pajeú.
Em Pernambuco, 66 municípios do sertão e do agreste estão em estado de emergência reconhecido. O quadro tende a se agravar já que a temporada de chuva está encerrada e os conflitos aumentam. Em Bodocó, no início do mês, o agricultor João Batista Cardoso foi cobrar abastecimento regular na sede local da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e acabou morto. João Batista se desentendeu com o chefe do escritório da estatal, José Laércio Menezes Angelim, que disparou o tiro e hoje está foragido.

“Pipeiros” distribuem água em troca de votos

Outra face cruel para as vítimas da seca é a exploração: se no passado eram os coronéis que manipulavam currais eleitorais distribuindo água, hoje as denúncias recaem sobre ‘pipeiros’, geralmente candidatos a vereador e seus cabos eleitorais, donos dos caminhões de água. A situação está tão grave que o governo decidiu rastrear todos os carros-pipa que circulam na caatinga. A Compesa começou a fazer operações para conter também o furto da água. Prevista para durar três meses, as ações contam até com helicóptero.

Até a última quinta-feira, foram detectados treze pontos suspeitos, com registro de desvio para campos irrigados. A água roubada do estado também abastecia reservatórios para carregar pipas e até mesmo um tanque com 50 mil peixes em Ouricuri. Segundo a Compesa, a perseguição aos furtos é para garantir água a 200 mil famílias.

— As barragens ficaram secas, o povo está com sede, mas o carro leva água para colher voto. Os donos dos caminhões ganham por dois lados: recebem do governo e o voto do povo. As pessoas prejudicadas não reclamam porque têm medo. Há culpa tanto do estado quanto do município — reclamou Francisco da Silva, sindicalista da região.
De acordo com o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, há 800 pipas rodando a caatinga, para atender as famílias.

Na Bahia, a seca é considerada a pior dos últimos 50 anos. A longa estiagem no estado já levou 234 dos 407 municípios baianos a decretar estado de emergência. O governo estadual já reconheceu a emergência em 220.

A seca está devastando as lavouras baianas e afetando a pecuária. Os preços dispararam: o quilo do feijão, por exemplo, aumentou 40% este ano. Em Salvador já custa R$ 8.

No Piauí, 152 municípios do semiárido, onde vivem 750 mil pessoas, estão sofrendo. No estado, um caminhão-pipa de até 15 mil litros de água não sai por menos de R$ 120 e as perdas das lavouras de milho, feijão e mandioca foram de 100% — contabilizou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Evandro Luz.
— A população padece de sede. Muita gente está há 40 dias sem água porque não tem dinheiro para comprar. Plantações inteiras foram perdidas — afirmou Luz.

Os presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais pediram à Central Nacional de Abastecimento cestas básicas para as famílias enfrentarem a fome.

No estado, não há chuva forte desde julho. Por falta de alimentos, pequenos criadores estão soltando o gado para que os animais procurem água e pasto.

— Vivemos a maior seca de nossa história — disse Wilson Martins, governador do Piauí, que em abril participou da reunião com a presidente Dilma Rousseff, que liberou R$2,7 bilhões para minorar os efeitos da estiagem e anunciou a Bolsa Seca de R$400. Segundo a Fetag, os recursos ainda não chegaram.

sábado, 12 de maio de 2012

O FUTURO DA ÁGUA





“Água, molécula indispensável a vida e cada vez mais escassa”.

Toda vez que lembramos desta frase, podemos associá-la à algum vizinho que quando saímos ou chegamos em casa o encontramos, simplesmente jogando litros de água potável sobre o asfalto quente. E se questionarmos a cena, não raro ouviremos que “água no asfalto abaixa a poeira e assim reduz a sujeira da casa”.

Há também a previsão dos cientistas que daqui a 25 anos, dois terços da população mundial estará passando sede. A falta de água em quantidade e qualidade é muito mais real e verdadeira do que se imaginava.

Esta semana a Cetesb divulgou o seu relatório de qualidade de água no Estado de São Paulo e as notícias não são nada animadoras. Em 2003, trinta e dois por cento das fontes de água bruta paulista foram classificadas como ruim ou péssima para o abastecimento. Em 2002, o porcentual havia sido de 27%. E olha que São Paulo é o Estado com melhor índice de tratamento de esgotos do país.

Regionalmente, a piora na qualidade da água foi registrada em 10 das 22 bacias hidrográficas paulistas e apenas quatro delas registraram melhoria, enquanto que em 2003 outras oito microbacias mantiveram seus índices semelhantes à 2002.

Será que nossos filhos terão água potável para beber e matar a sede de seus filhos? A resposta dessa pergunta só depende de nós, através da conscientização do uso racional e sustentável da água, pois apesar de não parecer esse bem é finito. Mas a conscientização não deve permanecer somente nos domicílios, deve estar presente em todos os ramos da economia, pois todas as atividades econômicas dependem direta ou indiretamente da água.

Trabalhos excelentes têm sido desenvolvidos no sentido de preservar a nossa fonte maior de vida que é a água, como o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas desenvolvido pela Secretaria de Agricultura, que inovou em ações, entre elas temos o “Projeto Aprendendo com a Natureza”, realizado com as crianças da quarta série do ensino fundamental, ou a Campanha da Fraternidade deste ano, de alcance nacional, ou ainda os trabalhos de treinamento desenvolvidos pela UNESP Ilha Solteira que leva ao produtor rural conhecimentos e instrumentos para uso adequado da água, o que chamamos de manejo da irrigação.

Mas acreditamos que a conscientização na preservação do meio ambiente como um todo deve começar de fato pelos jovens, pois eles são a futura geração e podem mudar o futuro da água no planeta, pois se não o fizerem, eles mesmos serão os que mais vão sofrer com os problemas da escassez.

Mas será que os jovens estão preocupados ou conscientizados em relação ao futuro da água? Imaginávamos que não, mas ao participarmos da “I Feira da Água” organizada pelos jovens do LEO Clube de Palmeira d’ Oeste, mudamos radicalmente de opinião.

Mais de 1000 pessoas de vários municípios visitaram os vários “stands” que traziam trabalhos realizados por alunos desde o primário até o colegial de várias escolas, além de órgãos públicos, tudo organizado com o objetivo de divulgar e conscientizar os visitantes sobre o uso racional e sustentável da água, mostrando os problemas relativos ao uso inadequado e lembrando que o primeiro passo para reduzir o desperdício pode começar em nossa casa.

A I Feira da Água de Palmeira d´Oeste mostrou que muitos dos jovens estão sintonizados com os problemas atuais e preocupados com o seu futuro, que depende da água e que ações como esta não apenas devem ser incentivadas, mas deve merecer todo o apoio da comunidade, através das entidades constituídas.

Luiz Sérgio Vanzela, Engenheiro Agrônomo e Mestrando em Sistemas de Produção na UNESP Ilha Solteira

Fernando Braz Tangerino Hernandez, Engenheiro Agrônomo e Mestre pela UNESP Jaboticabal, Doutor em Irrigação pela ESALQ-USP e Professor da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira

RAÇÃO DA MORINGA OLEÍFERA PARA ANIMAIS E HUMANOS

RAÇÃO DA MORINGA OLEÍFERA PARA ANIMAIS E HUMANOS